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A antecipação e realização da segunda edição Conforme o Artigo 1º do "Regulamento do Torneio de Foot-Ball de Campeões do Mundo", o certame seria realizado pela CBD, nos mesmos moldes, de dois em dois anos ou de quatro em quatro anos, a partir de 1951. Com o sucesso técnico e financeiro da primeira edição, países como Inglaterra e Itália também demonstraram interesse em sediar o torneio. Inclusive, Ottorino Barassi chegou a declarar publicamente que pensava em levar a disputa para a Itália - algo que a CBD, detentora dos direitos da competição, prontamente rejeitou. No entanto, em 20 de Janeiro de 1952, o Fluminense, que completaria 50 anos meses depois, sagrou-se campeão carioca de 1951. Com o feito, a diretoria tricolor, que já havia elaborado um estudo com a ideia da antecipação - desde que se sagrasse campeão estadual e que os demais clubes concordassem com a iniciativa -, passou a pressionar a CBD para organizar a segunda edição da competição naquele mesmo ano, pois era o atual campeão estadual e, “teoricamente”, teria direito a participar do mundial se a disputa fosse antecipada- além disso, também seria uma forma de comemorar em grande estilo o seu cinquentenenário. A CBD sucumbiu - em partes - à pressão do clube carioca, aceitando antecipar e organizar a competição, mas se isentando de qualquer responsabilidade econômica sobre o evento, que seria exclusivamente por conta e risco do Fluminense neste quesito. Vale ressaltar que, na época, o Tricolor das Laranjeiras era apontado como um exemplo de organização administrativa no mundo - inclusive, recebeu a famosa Taça Olímpica, em 1949. A FIFA, que estava às vésperas de uma eleição, foi comunicada, não se opôs de maneira formal com relação à antecipação do torneio, mas também não o apoiou de modo oficial e comprovado, como no ano anterior - talvez por isso a entidade máxima do futebol até hoje nunca tenha se posicionado especificamente* quanto ao dossiê entregue pelo Fluminense, solicitando o mesmo reconhecimento do torneio como mundial, assim como conseguiu o Palmeiras com relação à edição de 1951. No entanto, vale ressaltar que, na época, quando questionados publicamente, os dirigentes da FIFA sempre se mostravam simpáticos quanto às pretensões da CBD e do Fluminense. Desta forma, sem o apoio efetivo de membros da FIFA, aliado à repentina antecipação e pressa na sua realização - além de alguns entraves burocráticos que colocaram a disputa em risco por mais alguns meses -, o torneio não teve o mesmo impacto do ano anterior. Inclusive, isso se refletiu até mesmo no nível técnico dos participantes - como a competição não estava prevista para este ano de 1952, alguns clubes importantes não puderam participar, pois já estavam comprometidos com outros torneios. Mesmo assim, a CBD e, principalmente, o Fluminense, conseguiram, com muitas dificuldades, reunir oito clubes - alguns deles acabaram terminando como vice-campeões em seus países - para a disputa da segunda edição do Torneio Internacional de Clubes, que passou a se chamar oficialmente de "Copa Rio" ou "II Copa Rio". Para garantir a imparcialidade e o caráter oficial da competição, foram trazidos árbitros internacionais para apitar os jogos, da mesma forma que no ano anterior. De modo geral, embora esta competição tenha ficado um pouco distante da primeira edição em vários aspectos - inclusive com algumas mudanças no regulamento -, nossas pesquisas indicam que trata-se da segunda edição do mesmo torneio. Portanto, utilizando-se do mesmo critério aplicado em outros casos, de outras competições consideradas no RCB - inclusive da Copa Intercontinental, que teve algumas edições com um impacto menor, até mesmo proporcionando um título mundial ao Atlético de Madrid, que era vice-campeão europeu em 1974 -, consideramos o Fluminense como o legítimo campeão mundial de 1952 - até porque não havia no planeta outra competição oficial que desse ao seu vencedor este mesmo título de campeão mundial. * Embora o Fluminense nunca tenha recebido a oficialização da Copa Rio de 1952 através de decisão do Comitê Executivo da FIFA, em comunicado à imprensa brasileira em Janeiro de 2017, a entidade máxima do futebol mundial disse reconhecer e valorizar a Copa Rio - disputada em 1951 e 1952 - e a Copa Intercontinental como competições de clubes em nível mundial. Foi a primeira vez que a FIFA mencionou literalmente que reconhecia a edição de 1952 da Copa Rio como competição mundial. Confira na íntegra o comunicado da FIFA.
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