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A FIFA mudou de presidente, não de opinião

Por Felipe Virolli, em 27/01/2017

    Confesso que é até "engraçado" precisar escrever sobre o assunto, mas devido à polêmica criada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", popularmente conhecido como "Estadão" - e que muitos inocentemente reagiram -, me sinto na "obrigação" de elucidar alguns fatos.

1) O Estadão é um veículo de comunicação brasileiro, especialmente paulistano. Com todo o respeito que merece, a FIFA não tem nenhum motivo especial para "enviar comunicados" a este veículo - que sequer é focado em esportes -, a menos que haja alguma solicitação. Portanto, é óbvio concluirmos que não se trata de "um comunicado emitido pela FIFA", e sim de "uma resposta da FIFA a algum questionamento do jornal".

2) É até estranha essa "tara" do "Estadão" por esse tema. Recentemente, o mesmo veículo já havia consultado a FIFA, que confirmou que "o Palmeiras era o vencedor do primeiro torneio de nível mundial, e que o Corinthians era o primeiro campeão da FIFA".

3) Mais estranho ainda é que agora a FIFA disse justamente a mesma coisa, e a conotação dada pela matéria, especialmente na sua manchete, foi a de que a "FIFA tirou a oficialidade das competições realizadas antes de 2000, notadamente as Copas Rio e Intercontinental" – o que NÃO É verdade.

4) Em nenhuma linha das aspas atribuídas à resposta da FIFA é mencionada uma "mudança de opinião" da entidade máxima do futebol. Pelo contrário. Ela reforça que "reconhece e valoriza as iniciativas de se estabelecer competições de clubes em nível mundial através da história. Esse é o caso dos torneios envolvendo clubes europeus e sul-americanos, tais como a pioneira Copa Rio, disputada em 1951 e 1952, e a Copa Intercontinental".

5) No que diz respeito à Copa do Mundo de Clubes da FIFA, novamente a entidade máxima do futebol reforça que a primeira edição foi realizada no Brasil, em 2000, e que a partir desta os vencedores são oficialmente (pela FIFA) campeões mundiais. Mas não foi exatamente isso que a FIFA já havia dito anteriormente para o próprio Estadão - e também para outros diversos veículos de comunicação?

6) Basta pesquisar as notícias de Dezembro/2015 e compará-las com as de Janeiro/2017 – do Estadão e de qualquer outro veículo de imprensa - para notar que o posicionamento da FIFA permanece o mesmo. O que mudou - sabe-se lá por qual motivo - foi a interpretação desses veículos. Talvez seja por busca de audiência, ou por algum outro motivo ainda menos nobre.

7) Especificamente sobre o Mundial do Palmeiras: e-mails trocados pela FIFA com alguns veículos de comunicação à parte, o reconhecimento do título de 1951 foi registrado em ata do Comitê Executivo da FIFA (o Globo Esporte disse não ter, mas o Ranking de Clubes tem essa documentação), o único órgão da entidade com legitimidade para decidir sobre o tema. Para o título palmeirense "perder oficialidade", seria necessária uma nova resolução de tal órgão, revogando a decisão de Junho de 2014, quando ficou estabelecido que o Palmeiras era o "primeiro campeão mundial" da história - que, aliás, É EXATAMENTE ISSO o que a FIFA disse hoje - a Copa Rio foi o primeiro torneio dessa categoria (mundial), mas Mundial de Clubes Oficial da FIFA somente a partir de 2000.

8) A FIFA está corretíssima em manter essa diferenciação de nomenclatura. Aqui no nosso site também fazemos a mesma coisa. Palmeiras e Fluminense venceram o Torneio Internacional de Clubes (Copa Rio), São Paulo, Santos, Flamengo, Grêmio, entre outros, venceram a Copa Intercontinental, e a FIFA só entrou na história - ainda que de forma contestável - em 2000. Não tem como ela atribuir para si a organização de competições que ela não realizou. Mas em NENHUM MOMENTO ela "tirou" a legitimidade ou oficialidade dos mundiais anteriores. Até porque, se estes foram organizados por entidades oficiais filiadas à FIFA, não tem como negar de que se tratam de competições oficiais.

9) Se é que dá para se tirar proveito de uma "polêmica boba" dessa, seria interessante se os clubes vencedores de títulos mundiais anteriores (Copa Rio e Intercontinental) se unissem para homologar - de uma vez por todas - seus títulos perante à FIFA, e exigissem dela que houvesse pelo menos uma menção honrosa em seus arquivos a esses torneios antecedentes à sua "Copa do Mundo de Clubes".

10) Esclarecido tudo isso, fato é que a FIFA sofreu diversos ataques gratuitamente, pois o que mudou foi seu presidente, não sua opinião.

  

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