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Tempo de mudanças importantes

    Em 1988, após muita confusão na última edição do campeonato nacional - e uma nova "virada de mesa" -, a CBF enfim conseguiu chegar a um consenso com o C13 e o CND, e decidiu realizar um campeonato com 24 clubes - por consequência, com um sistema "verdadeiro" de acesso e descenso, conforme exigido pela Fifa. E finalmente, desta vez, o regulamento foi cumprido, pois os quatro últimos colocados da primeira divisão (Bangu, Santa Cruz, Criciúma e América/RJ) caíram para a segunda divisão em 1989, sendo substituídos por Inter de Limeira e Náutico, respectivamente campeão e vice da “segundona” em 1988.

    Além disso, outras mudanças aconteceram na competição, principalmente com relação à pontuação: passou a existir os 3 pontos por vitória no tempo normal e os jogos que terminassem empatados seriam decididos nos pênaltis (valendo 2 pontos). Os times derrotados – tanto no tempo regulamentar quanto nos pênaltis – somavam 1 ponto. Outro fato a ser destacado – neste caso, apenas por curiosidade – é que no primeiro jogo do campeonato, ambos os times (Vitória e América) não sabiam desta nova regra de pontuação até o intervalo.

    Copa Brasil foi novamente - e pela última vez - o nome oficial desta competição, embora comercialmente também fosse chamada - especialmente pela grande mídia - de Copa União. Já a segunda divisão foi batizada como “Divisão Especial”.

O início da era Ricardo Teixeira e do Campeonato Brasileiro

    Em 16 de janeiro de 1989, Ricardo Teixeira assume a presidência da CBF. Foi neste ano que a Copa do Brasil foi criada. Além disso, a principal competição nacional passou a ser denominada oficialmente pela entidade como “Campeonato Brasileiro”. Uma curiosidade desta edição é que o Vasco, dono da melhor campanha na primeira fase, tinha uma "estranha" opção na decisão contra o São Paulo: Se escolhesse jogar a primeira partida da final fora de casa e ganhasse, seria campeão sem a necessidade do segundo jogo. Pagou para ver e saiu do Morumbi com a taça. O regulamento teve algumas poucas alterações, mas nada relevante, assim como nas duas edições seguintes. Vale destacar apenas que, em 1990, a até então “Divisão Especial” passou a se chamar oficialmente “Segunda Divisão”.

Novas viradas-de-mesa

    O Campeonato Brasileiro de 1992 começou basicamente com o mesmo regulamento, mas os dirigentes resolveram colocar em prática um plano para pôr fim - nos anos seguintes - à ausência de clubes importantes no principal torneio do país, como por exemplo o Grêmio e o Coritiba, que estavam rebaixados naquela época.

    Para isso, dias antes do início da "Segunda Divisão", a CBF definiu que seriam promovidos à "Primeira Divisão" do ano seguinte nada mais, nada menos do que 12 clubes - de 32 participantes. Até então, o regulamento previa o acesso de apenas duas equipes.

    Grêmio e Coritiba disputaram a “Segunda Divisão” normalmente, fizeram campanhas fracas - o Grêmio ficou em 9º e o Coritiba em 12º -, mas garantiram "quase que no limite" a vaga na elite do ano seguinte.

    Já o pior mesmo aconteceu na "Primeira Divisão". Devido a todo esse movimento de "proteção" aos clubes importantes, o Campeonato Brasileiro de 1992 - que previa o descenso das duas piores equipes - acabou tendo o regulamento rasgado ao final da competição, ou seja, houve uma "virada-de-mesa" para evitar que Náutico e Paysandu - clubes que foram rebaixados - ficassem de fora da elite no ano seguinte.

    Em 1993, a “virada-de-mesa” articulada no ano anterior realmente se confirmou, e o Campeonato Brasileiro contou com a participação de 32 clubes: Os 20 que já estavam + 12 advindos da “Segunda Divisão”. O regulamento desta edição foi feito pela CBF com o intuito de diminuir os riscos de rebaixamento dos grandes clubes. Para isso, determinou que cairiam 8 clubes no total: Os quatro últimos colocados dos grupos C e D, onde estavam muitas equipes consideradas de menor importância. Apesar de já ter sido campeão brasileiro, o Coritiba estava num destes grupos, não aproveitou a oportunidade e acabou caindo novamente.

    Em 1994, foi criado um regulamento bastante complexo, com várias fases de classificação, mas sem nenhuma interferência de interesses dos dirigentes. Portanto, a regra do rebaixamento “voltou a ser o que era antes” e dois clubes caíram: Remo e Náutico. Foi neste ano que a segunda divisão passou a ser chamada de “Série B”.

Os três pontos por vitória e, claro, mais bagunça

    Em 1995, por determinação da FIFA, o campeonato nacional passou a dar três pontos por vitória. Polêmicas da arbitragem na final entre Santos e Botafogo à parte, esta edição pode ser considerada como normal.

    Em 1996, a estrutura da competição permaneceu a mesma do ano anterior. O Grêmio sagrou-se campeão, porém, os 2 clubes rebaixados para a “Série B” foram Fluminense e Bragantino – logo, a CBF começou a ser pressionada por dirigentes esportivos e políticos de Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, para que fosse articulada uma nova “virada-de-mesa”. Vale ressaltar que o Fluminense era um clube tradicional e o Bragantino tinha como seu patrono um dirigente da própria CBF, Nabi Abi Chedid, ou seja, “o circo estava armado” novamente.

    Como pudemos observar, muita gente estava interessada em criar algum tipo de polêmica para, enfim, acontecer a nova “virada-de-mesa”. E conseguiram. Tudo começou em 7 de maio de 1997, quando o Jornal Nacional, da Rede Globo, denunciou um esquema de corrupção em torno de juízes, resultado de um grampo nos telefones do presidente da Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol (CONAF), Ivens Mendes.

    Nas conversas gravadas, ele pedia dinheiro aos presidentes Mário Celso Petraglia e Alberto Dualib, de Atlético Paranaense e Corinthians, respectivamente, para ajudar estes clubes em seus próximos jogos. Em 5 de Junho, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) baniu Mendes e Petraglia do futebol, suspendeu Dualib por dois anos e decidiu afastar o clube paranaense de todas as competições por um ano. Curiosamente, o Corinthians não sofreu qualquer tipo de punição.

    Logo, cartolas e políticos iniciaram lobbys distintos, com o objetivo de manter o clube do Paraná no Campeonato Brasileiro ou incluir algum outro na vaga desse - vale lembrar que o Fluminense acabara de ser rebaixado. Mas no dia 19 de junho, o próprio STJD voltou atrás de sua decisão e manteve o Atlético Paranaense na Série A, alegando que “um clube não pode pagar pelos erros de seus dirigentes”. Toda esta confusão foi a "brecha" encontrada por Fluminense e Bragantino para brigarem por seus direitos de permanência na primeira divisão.

    Sendo assim, na tarde do dia seguinte, a CBF, enfim, cedia às pressões e aos interesses de muita gente para “virar a mesa” e anunciar, em nota oficial, que os clubes rebaixados nas Séries A e B de 1996 seriam mantidos em suas respectivas divisões.

    Segundo a entidade, tal manobra obedeceu a um raciocínio lógico. “Houve vestígios de que algo não andou bem com a arbitragem. Como não se pode identificar todos os que foram prejudicados, decidimos não rebaixar clube algum”, declarou o diretor técnico da CBF, Gilberto Coelho. Com isso, América-RN e União São João vieram promovidos da Série B e o Brasileirão contou com 26 participantes, pois nenhum da Série A foi rebaixado. Devido ao excesso de times, o regulamento definiu que, ao final do campeonato, quatro clubes seriam rebaixados. Apesar de toda a confusão, o campeonato foi de bom nível dentro de campo, o Vasco foi campeão e o Fluminense foi rebaixado novamente.

    A edição de 1998 transcorreu normalmente e o Corinthians sagrou-se campeão. Em 1999, o regulamento sofreu algumas alterações importantes. A principal delas foi com relação ao rebaixamento, que foi determinado por média de pontos somados nos campeonatos de 1998 e 1999.

    A competição seguia normalmente, até que em 4 de agosto, após o São Paulo golear o Botafogo por 6 a 1, o clube carioca entrou com pedido de anulação da partida, alegando que a situação do atacante tricolor Sandro Hiroshi era irregular. No dia 19, a Comissão Disciplinar atendeu à solicitação e tirou os três pontos do clube paulista, que logo tratou de mostrar um documento da CBF, que autorizava a participação do atleta nos jogos da equipe. Mesmo assim, os pontos daquele jogo foram dados ao Botafogo, que acabou – por isso – escapando do rebaixamento naquele campeonato.

    O clube carioca ficou com uma média de 1,25 ponto, à frente de Gama (1,24), Paraná (1,09), Juventude (1,09) e Botafogo-SP (1,00). Nem precisamos comentar que todos os clubes rebaixados, além do São Paulo, se sentiram prejudicados, não é mesmo? Pois bem, o Tricolor e, principalmente o Gama – que teria escapado do rebaixamento se não existisse a doação dos três pontos daquela partida ao Botafogo – apelaram à FIFA e à Justiça Comum. Seguiu-se, então, uma longa batalha jurídica, que envolveu entidades esportivas, tribunais, instituições políticas, advogados, magistrados, cartolas e toda a sorte de oportunistas. Dentro de campo, o Corinthians superou o Atlético Mineiro nas finais e foi campeão novamente.

O "Campeonato Brasileiro" de 1987 | A Copa João Havelange

 

 

 

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